Gonçalves Dias

1º) (UEM 2015) Assinale o que for correto sobre o poema e sobre a obra do autor, Gonçalves Dias.

                    Sobre o túmulo de um menino

O invólucro de um anjo aqui descansa,
Alma do céu nascida entre amargores,
Como flor entre espinhos! – tu, que passas,
Não perguntes quem foi. – Nuvem risonha
Que um instante correu no mar da vida;
Romper da aurora que não teve ocaso,
Realidade no céu, na terra um sonho!
Fresca rosa nas ondas da existência,
Levada à plaga eterna do infinito,
Como of´renda de amor ao Deus que o rege;

Não perguntes quem foi, não chores: passa.

(DIAS, Gonçalves, Melhores poemas. São Paulo: Editora Global, 2013, p.122)


01) Gonçalves Dias, um dos mais importantes escritores do Romantismo brasileiro, representante da geração que iniciou a poesia romântica no país, além de grandes poemas indianistas, como “I-Juca Pirama”, “O canto do Piaga”, entre outros, produziu poemas lírico-amorosos nos quais cantava as dores do amor, a saudade e o sofrimento, temas observados em “Ainda uma vez – adeus!” e “Seus olhos”, por exemplo.
02) No poema transcrito, o modo de composição poética escolhido pelo poeta para tratar do tema da solidão foi a forma fixa denominada soneto, em razão da justaposição de doze versos, caracterizados como redondilhas menores (cinco sílabas métricas), responsáveis pela fluência e rapidez do ritmo bem como pela leveza do poema, em íntima relação com o tema.
04) A leitura do poema permite o reconhecimento da característica predominante na obra de Gonçalves Dias, a religiosidade. O eu poético, frente à morte do menino, em tom de lamento, aponta a religião como única forma de redenção do ser humano. Comprovam essa afirmativa expressões como “um anjo aqui descansa”, “alma do céu”, “realidade no céu”, “of´renda de amor ao Deus”.
08) O título do poema apresenta a situação final (morte) do menino condensada poeticamente – o eu poético pede categoricamente ao transeunte (“tu, que passas”) que nada pergunte sobre quem está no túmulo (“Não perguntes quem foi.”). Os versos do poema confirmam essa situação referindo-se à morte a partir da formulação de imagens poéticas que indicam a passagem rápida da criança pela vida: “Nuvem risonha/ Que um instante correu no mar da vida”, “Romper da aurora, que não teve ocaso”, “Realidade no céu, na terra um sonho”.
16) O eu poético apresenta a vida do menino de forma figurada, com uma sucessão de metáforas que, por um lado, celebram a criança por meio de imagens positivas (“nuvem risonha”, “romper da aurora”, “na terra um sonho”, “fresca rosa”), e, de outro, configuram o mundo difícil em que foi lançado (“no mar da vida”, “não teve ocaso”, “nas ondas da existência”).


(UPE 2014) Texto 6 (questão 2)



2º) Considerando o texto 6, analise os itens a seguir:


Estão CORRETOS

a) I, II e III.
b) I, II e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e IV.
e) III, IV e V.








GABARITO
  1. 01+08+16 = 25
  2. C







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