José de Alencar

(FUVEST 2015) TEXTO PARA AS QUESTÕES DE 01 A 04



José de Alencar, Til.
* moquirão = mutirão (mobilização coletiva para auxílio mútuo, de caráter gratuito).

1º) Considere os seguintes comentários sobre diferentes elementos linguísticos presentes no texto: 

I. Em “alcançou o capanga um casal de velhinhos” (L.1-2), o contexto permite identificar qual é o sujeito, mesmo este estando posposto.
II. O verbo sublinhado no trecho “que seguiam diante dele  o mesmo caminho” (L. 2-3) poderia estar no singular sem prejuízo para a correção gramatical. 
III. No trecho “que destinavam eles uns cinquenta mil réis” (L. 5), pode-se  apontar um uso informal do pronome pessoal reto “eles”, como na frase “Você tem visto eles por aí?”.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.

2º) Considerada no contexto, a palavra sublinhada no trecho “mal seus olhos descobriram entre os utensílios a enxada” (L. 17-18) expressa ideia de:

a) tempo.
b) qualidade.
c) intensidade.
d) modo.
e) negação.

3º) As  práticas de  Jão  Fera que  permitem ao narrador classificá-lo como “capanga” assemelham-se, sobretudo, às da personagem citadina do

a) valentão Chico-Juca, nas Memórias de um sargento de milícias.
b) malandro Prudêncio, nas Memórias póstumas de  Brás Cubas.
c) arrivista Miranda, em O cortiço.
d) agregado Zé Fernandes, em A cidade e as serras
e) soldado amarelo, em Vidas secas.


4º) Considerada no contexto  histórico-social  figurado no  romance Til, a brusca reação de Jão Fera, narrada no final  do excerto, explica-se

a) pela  ambição ou ganância que, no período, caracterizava os homens livres não proprietários.
b) por sua condição de membro da Guarda Nacional, que lhe interditava o trabalho na lavoura.
c) pela indolência atribuída ao indígena, da qual era herdeiro o “bugre”. 
d) pelo estigma que a escravidão fazia recair sobre o trabalho braçal.
e) pela ojeriza ao labor agrícola, inerente a sua condição de homem letrado.

5º) (ITA 2015) No romance Senhora, José de Alencar mostra que

A ( ) o dinheiro e a ambição impedem a realização do amor entre Aurélia e Seixas.
B ( ) Aurélia, moça de origem pobre, conquistou o amor de Seixas só porque enriqueceu.
C ( ) o amor de Aurélia teve força suficiente para regenerar o caráter de Seixas.
D ( ) Seixas se regenerou moralmente por si mesmo, independentemente de Aurélia.
E ( ) o meio social corrompeu de uma vez por todas o caráter de Seixas.

6º) (ENEM 2015)

       Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na sociedade. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vesti-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade. Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina. Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e dirigir suas ações como entendesse. Constava também que Aurélia tinha um tutor; mas essa entidade era desconhecida, a julgar pelo caráter da pupila, não devia exercer maior influência em sua vontade, do que a velha parenta.

ALENCAR, J. Senhora. São Paulo: Ática, 2006.

        O romance Senhora, de José de Alencar, foi publicado em 1875. No fragmento transcrito, a presença de D. Firmina Mascarenhas como "parenta" de Aurélia Camargo assimila práticas e convenções sociais inseridas no contexto do Romantismo, pois

A) o trabalho ficcional do narrador devalorizar a mulher ao retratar a condição feminina na sociedade brasileira da época.
B) o trabalho ficcional do narrador mascara os hábitos sociais no enredo de seu romance.
C) as características da sociedade em que Aurélia vivia são remodeladas na imaginação do narrador romântico.
D) o narrador evidencia o cerceamento sexista à autoridade da mulher, financeiramente independente.
E) o narrador incorporou em sua ficção hábitos muito avançados para a sociedade daquele período histórico.

7º) (SASI 2015)  Texto IV

Leia este texto.

         “[...] Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
       Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e mais
longos que seu talhe de palmeira.
       O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu hálito
perfumado.
       Mais rápida que a corça selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde
campeava sua
      guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.
       Um dia, ao pino do Sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra da
oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam flores sobre os
úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto”.

Fonte: ALENCAR, José de. Iracema: lenda do Ceará. Biografia, introdução e notas de
M. Cavalcanti Proença. Rio de Janeiro: Ediouro, 1997.

Em Iracema, de José de Alencar, o índio é representado

A) objetivamente, numa perspectiva cientificista.
B) como um personagem decadente da aristocracia brasileira.
C) apenas como um motivo para se descrever a exuberância da paisagem.
D) como um personagem idealizado, cujo cenário é a natureza, da qual é um herói.


GABARITO
  1. D
  2. A
  3. A
  4. D
  5. C
  6. D
  7. D







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